segunda-feira, 9 de julho de 2012

De tu para ti.

A vida se repete e tudo se imita. Vira e mexe tu te pegas à beira de um furacão e tu sabes que dele não podes escapar, tu te escondes, vais atrás das árvores e olhas profundamente bem fundo no horizonte e nada mais vês. O furacão parecia externo um minuto atrás, eram os ventos convergindo, eram os barulhos nos ouvidos, era a vida mudando, e rápido, mas de repente olhando para o horizonte, nada mais vês, nada mais escutas, nada mais sentes. E nesse momento tu te questionas sobre tua paz interior. O que foi um ano te pareceu um dia e agora o que é um mês parecerá um ano e depois, novamente, esperarás que o fato se repita e um ano pareça novamente um dia. Espera-se que na solidão uma pessoa se encontre, desvende o mistério do seu próprio vazio. Contudo se a solidão já é diária, mesmo cercada socialmente, questiona-se quanto a diferença entre a mesma e a solidão física, real. Digo-te, amigo, e te digo com verdade nos olhos, diante de ti mesmo nunca estarás sozinho, solidão para ti será relativa uma vez que tens a ti mesmo para fazer companhia, a ti e ao mundo.
Que os desejos alheios possam ser absorvidos, que o amor a ti enviado possa enfim ser sentido, que te libertes da prisão e possas enfim ser feliz. Que te encontres em outros braços, ou em teus próprios braços. Que acordes todo dia no esquecimento do dia anterior e que o sorriso do teu vizinho seja também o teu, mas que a indiferença de teu vizinho não seja tua indiferença. Todos os desejos são sinceros de ti para ti mesmo. A vida se repete e que teu passado não se repita, olha dentro de ti e encontra um furacão de vontade de ser feliz e de amar, porque bem sabes o que é ser amado, agora falta para ti o sentir. Daqui para frente quando olhares o horizonte verás a ti, verás a ti no passado, no presente e no futuro e independente da linearidade verás a ti, a tua vida e teu sorriso. Sim, o teu belo sorriso.