sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Os olhos de Maristela.
Maristela parecia uma personagem retirada de um dos sonhos de Alice, sua alegria e vivacidade eram tão comovente que nos remetem aos musicais quase sempre, aos olhos dos céticos, irritantes de Hollywood, nesses todos estão sempre felizes, catarolando e até uma ida ao banheiro é um motivo para canções. Maristela não via sua neta como uma criança carrancuda, magra e esquálida, para ela sua neta era tão loira e besta, entendam como simpática, linda e feliz, quanto a Alice do tal País das Maravilhas. Fique bem claro que aqui nessa história não há nenhum País das Maravilhas. Quando Maristela entrava no quarto de Alice exergava uma menina feliz a ler livros coloridos e brincar de boneca em sua cama, esse quarto aos olhos dela era de cores vivas e todo florido, com uma bela cama rosa e almofadas repletas de plumas, as cortinas de um branco tão intenso que na verdade não havia a menor necessidade de sua presença, afinal não impedia a passagem da luz solar. Bem meus leitores, fica à mercê de vocês escolher qual olhos enxergam a realidade se os de Maristela, ou os da pobre Alice.
Os olhos de Alice.
Alice olhava-se no espelho, mas não conseguir enxergar o seu verdadeiro eu. Ela possuia aos olhos dos outros uma beleza escondida apesar daquela carranca que sempre carregava. No espelho ela via uma menina baixa, magra, olhos profundos e escuros, extremamente pálida e esquálida. Alice não gostava de seu cabelo, de seu rosto, de suas pernas, de nada. Pobre menina mal sabia o que era a luz do dia, tinha sensibilidade a luz do sol. Meus caros leitores, não pensem que a pobre Alice é uma vampira. Certo dia ela estava em seu quarto escuro, com paredes pintadas de preto e janelas com cortinas que travavam uma luta mortal com a luz do sol e, impressionantemente, sempre venciam, a observar sua janela, abriu pela primeira vez sua cortina e olhou para rua. Impressionou-se com a quantidade de pessoas que andavam para lá e para cá, muitas com sorrisos no rosto o que lhe dava um profundo sentimento de desgosto misturado com um pouco de inveja, outras com expressões tristes, estressadas e cansadas, com essas ela se identificava. Portanto resolveu sair de casa e seguir essas pessoas com quem ela se identificava. Meus leitores não pensem também que essa menina não tinha pais, tê-los ela tinha, mas não fazia idéia de onde eles se escondiam, desde o dia de seu nascimento nunca mais tinha visto seus rostos, a não ser em seus sonhos. E esses sonhos, por incrível que pareça, não tinham nada a ver com a vida que a pobre garota levava.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Rotina.
rotina. quarto. cama. banheiro. chuveiro. toalha. dentes. quarto. roupa. sala. comida. cabelo. dentes. bolsa. elevador. carro. ruas. federal. cin. computador. aula. logica. fisica. algoritmos. estatistica. algebra. digitais. almoço. dentes. provas. provas. provas. projetos. projetos. projetos. amigos. conversas. risadas. ônibus. rua. casa. elevador. cama. televisão. banheiro. chuveiro. academia. perna. braço. peito. costas. casa. chuveiro. quarto. roupa. sofá. comida. dentes. televisão. a favorita. série. computador. cama. ipod. sonhos. rotina.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Tempo de Decolar.
Alice tinha uma avó. Meus caros leitores, sei bem que todos temos ou tivemos avós. Contudo sua avó era um pouco excêntrica e completamente diferente de sua neta. Enquanto Alice estava sempre pálida, magra e esquálida como se fosse uma pedinte, sua avó que morava na mesma casa era morena, um tanto quanto alentada e sempre estava de bom humor. As pessoas da vizinhança a chamavam por vários nomes, porém o mais comum era Maristela. Quase todas as pessoas da vizinhança visitavam Maristela por acreditar que suas frases de 'conforto' tinham realmente um poder de confortar, por mais ridícula que a negação da afirmação anterior possa parecer...
...Certo dia Maristela disse ao ouvido de Alice: "Tua sina será breve minha querida."
...Certo dia Maristela disse ao ouvido de Alice: "Tua sina será breve minha querida."
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Tempo de dar colo.
Alice não existe, ela não passa de uma idéia pessimista de um possível futuro. Meus avós não se acostumaram a ver um ex-namorado sequestrar e matar uma garota, tão pouco viram um pai jogar sua filha do sexto andar, ou bandidos deixarem uma criança ser arrastada por quilômetros pendurada por um cinto ao carro. Esses 'casos' são exemplos de 'descasos' de uma porcentagem da sociedade com a vida e com o real significado dela. Alice NÃO PODE amar, sorrir, ser feliz e brincar, porém isto tudo ela realiza em seus sonhos e pretende um dia fazer que tudo isso venha a se tornar realidade. O que alimenta a vida de Alice é o ódio, a angústia, a inveja, o egoísmo, mas dentro de si ainda resta a esperança de não ter mais que viver sobre essas condições. Há pessoas que têm todos esses sentimentos em si, porém não por serem desafortunadas, nem tão pouco por enfermidade, esses sentimentos reinam em seus atos por simples 'prazer', por mais difícil que seja acreditar nessa realidade. Se Alice conseguirá um dia se livrar de sua enfermidade ainda é um mistério, porém, meus caros leitores, ainda acredito que essa sociedade possa evoluir e se libertar dessas pessoas.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Pobre Alice.
Alice, minha nova heroina, vem crescendo em pensamentos. Sua epopéia prestes a começar já mostra sinais de grandiosidade. Não pensem que Alice é uma garota ingênua que segue um coelho por um buraco e vai parar em um mundo de fantasia, aqui ela vai até fantasiar, porém beleza e alegria não há. Minha Alice não é loira, ela não é meiga, não precisa de carinho. Minha Alice não sabe amar, melhor dizer que ela não pode amar. Pobre Alice nasceu com uma enfermidade tão sombria, tão sombria que não desejo nem para meu maior inimigo, ela não pode sentir amor, seu coração só pode estar repleto de ódio e sentimentos tão sombrios quanto. Se está feliz lhe falta ar, se está sendo acariciada lhe surge alergia, se sente o coração bater mais rápido por causa do sentimento que todos(menos Alice) buscamos, este coração não continua a bater. Pobre Alice, quem poderia viver tanto tempo sem sentir a pureza de um amor de verão? Ela agora já completou 15 anos, porém não possui amigos, nunca deu um sorriso, mas já chorou. No futuro vocês escutarão lendas sobre ela, dirão que os mares subiram de nível por causa de Alice, pobre garota não passava um dia sem chorar. Aposto que ficaram com pena dela meus leitores, porém saibam que sua vida não era em todo ruim. Alice podia sonhar, apenas dormindo, mas podia e seu sonhos esses sim eram fantasiosos repletos de sentimentos bons, carinho, amor e alegria, contudo a acordar ela percebia que tudo não passava de sonhos e momentos que nunca existiriam. Pobre Alice.
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