sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Os olhos de Alice.

Alice olhava-se no espelho, mas não conseguir enxergar o seu verdadeiro eu. Ela possuia aos olhos dos outros uma beleza escondida apesar daquela carranca que sempre carregava. No espelho ela via uma menina baixa, magra, olhos profundos e escuros, extremamente pálida e esquálida. Alice não gostava de seu cabelo, de seu rosto, de suas pernas, de nada. Pobre menina mal sabia o que era a luz do dia, tinha sensibilidade a luz do sol. Meus caros leitores, não pensem que a pobre Alice é uma vampira. Certo dia ela estava em seu quarto escuro, com paredes pintadas de preto e janelas com cortinas que travavam uma luta mortal com a luz do sol e, impressionantemente, sempre venciam, a observar sua janela, abriu pela primeira vez sua cortina e olhou para rua. Impressionou-se com a quantidade de pessoas que andavam para lá e para cá, muitas com sorrisos no rosto o que lhe dava um profundo sentimento de desgosto misturado com um pouco de inveja, outras com expressões tristes, estressadas e cansadas, com essas ela se identificava. Portanto resolveu sair de casa e seguir essas pessoas com quem ela se identificava. Meus leitores não pensem também que essa menina não tinha pais, tê-los ela tinha, mas não fazia idéia de onde eles se escondiam, desde o dia de seu nascimento nunca mais tinha visto seus rostos, a não ser em seus sonhos. E esses sonhos, por incrível que pareça, não tinham nada a ver com a vida que a pobre garota levava.