segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Doce veraneio.
O doce veraneio das épocas de minha infância teima em sempre voltar fantasiado de saudades constantes, um arrepio na espinha me causa. Quando triste, sentava à beira mar e olhava o horizonte, esperava chegar o entardecer e assistia o sol mergulhar no mar, aquilo me causava delírios de ventura, achava que a natureza era demasiada bela, porém sua beleza não havia sido grata a mim. Lá sentado, o entardecer se esvaia e então dava lugar à noite com um céu repleto de estrelas, fitava, novamente, o horizonte e agora ele era magicamente diferente, não havia mais um contraste aprazível e frágil do sol com o oceano, em vez disso, havia apenas uma cor, não se podia mais distinguir oceano de firmamento. E, finalmente, sentia-me à vontade, percebia que também poderia me camuflar, assim como elementos da natureza se camuflam, escondendo, assim, sua beleza, mesmo que de fato não a tenha para os olhos do mundo. Todo dia quero, de novo, sentir a brisa das noites de verão, e me sentir, novamente, revigorado.
domingo, 30 de agosto de 2009
Não mais pensar.
Triste, num quarto escuro a escutar músicas, eu penso. Aliás, eu sempre penso, o tempo inteiro. Há anos não tenho mais que alguns minutos de paz, depois desses minutos volto a pensar, então penso de novo e então mais uma vez. Eu penso nos meus problemas, penso em como foi meu dia e como ele poderia ter sido melhor, penso nos amores que neguei, e também, nos amores que eu quis, porém não realizei. Às vezes acho que tudo isso é oriundo das minhas crises maníacas depressivas, aquelas que tenho todo ano, entre outubro e novembro. Quando paro e analiso meus pensamentos e as conseqüências de tanto pensar, chego à conclusão de que eles me tornam alguém infeliz com momentos de felicidade. Sempre que estou triste venho a este expressar toda minha consternação em forma de pequenos textos com teor auto-biográfico, mas eles nunca fazem eu me sentir melhor. À outra conclusão também cheguei, pessoas me fazem pensar demais, primeiramente porque não sei lidar com elas e porque eu gosto demais de outras e não consigo admitir como elas podem causar tal efeito em mim. Gostaria de não mais pensar, por isso quando eu durmo é que me sinto realizado.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
I will possess your heart.
How I wish you could see the potential, the potential of you and me.
It's like a book elegantly bound, but in a language that you can't read.
There are days when outside your window, I see my reflection as I slowly pass.
And I long for this mirrored perspective, when we'll be lovers, lovers at last.
You gotta spend some time, love, you gotta spend some time with me.
And I know that you'll find, love, I will possess your heart.
You reject my advances and desperate plea.
I won't let you, let me down so easily, so easily.
Sei.
Sei andar.
Sei falar.
Sei admirar.
Sei elogiar.
Sei quem sou.
Sei o que quero.Sei onde estou.
Sei onde vou.
Sei o que fazer.
Sei sobre ti.
Sei amar.
Sei onde vou.
Sei o que fazer.
Sei sobre ti.
Sei amar.
Sei chorar.
Sei que me amas.
Não sei quando irás perceber.
domingo, 23 de agosto de 2009
Ouvira estrelas.
Não consigo, mais, ouvir estrelas, a glória de meus tempos áureos se fora e nem ao menos consigo mais buscá-la. Eis aqui mais um poema triste, que nem sequer pode ser chamado de poema, tamanha sua mediocridade. Certa vez ouvira estrelas e como um tolo passara horas a conversar com elas e entretê-las, hoje vejo que meu atos eram frutos de uma esperança vã, aquele moço que ainda acreditava no amor, e que esse sentimento era belo e puro. Contudo, não mais tão moço, desentranhei a consternadora verdade, aquela que sussurrou aos meus ouvidos: "Ame, tolamente, e assim será, um tolo".
Desde então não enxergo necessidade de cores, o pecado para mim é amar, ao invés de ser amado e não retribuir. Por tempos esperei por aquele que viria resgatar-me desse pensamento insólito, atrevo-me a dizer que sei quem é a pessoa, porém atrevo-me, também, a dizer que nunca a terei para mim. A definição tão astuta de pecado que criei para mim, surpreende-me ao tentar se vingar por tamanha crueldade que cometi a criá-la.
Se permites-me que me atreva mais uma vez, direi que se passares um tempo comigo serás convencido de que posso voltar a ouvir estrelar, esse amor é como um livro primorosamente escrito porém num idioma que não posso ler.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Uma vez.
Seria cafona falar de amor? Poetas que declamaram suas paixões a sete ventos, morreram todos eles amargurados, assim sempre pensei. Meu amor é secreto, é guardado apenas por mim, não há desconfiança de sua origem nem tão pouco dúvidas acerca de sua veracidade. Se não é conhecida sua existência, não há maneiras de questionar a pureza ou a sequer sua realidade. Posso nunca concretizar meu anseios, posso morrer sem nunca ter expressado tal amor, porém não seria menos amargurado que os poetas que declamavam suas paixões para quaisquer uns.
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