segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Doce veraneio.
O doce veraneio das épocas de minha infância teima em sempre voltar fantasiado de saudades constantes, um arrepio na espinha me causa. Quando triste, sentava à beira mar e olhava o horizonte, esperava chegar o entardecer e assistia o sol mergulhar no mar, aquilo me causava delírios de ventura, achava que a natureza era demasiada bela, porém sua beleza não havia sido grata a mim. Lá sentado, o entardecer se esvaia e então dava lugar à noite com um céu repleto de estrelas, fitava, novamente, o horizonte e agora ele era magicamente diferente, não havia mais um contraste aprazível e frágil do sol com o oceano, em vez disso, havia apenas uma cor, não se podia mais distinguir oceano de firmamento. E, finalmente, sentia-me à vontade, percebia que também poderia me camuflar, assim como elementos da natureza se camuflam, escondendo, assim, sua beleza, mesmo que de fato não a tenha para os olhos do mundo. Todo dia quero, de novo, sentir a brisa das noites de verão, e me sentir, novamente, revigorado.