sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Verdade ou amargura?

Um último olhar para o teto, depois para a parede azul e enfim para o porta-retratos. A porta abriu, depois bateu e a chave caiu. Passos, 20 degraus, mais alguns passos e a porta do carro batendo. Abriu a cortina, depois a janela e espiou a rua. Acompanhou o carro com os olhos, depois com os dedos e por último com o coração.
A gente não sabe o que nos traz aqui, a este ponto definitivo. Certo dia nada fazíamos, assistíamos a vida passar e achávamos estar felizes, mas de repente tudo mundo.
O amor.
Antes fosse apenas uma foda, antes fosse um beijo numa festa e depois um lance de uma noite, mas tinha que ser o amor. Você sabe que é findável, ele sabia que era findável e eu mesmo sei que é finito, porém por que insistimos em cair sempre no mesmo truque? Não me venha agora dizer que seu sofrimento vale a pena, pois no fundo nem você mesmo acredita nisso.
Agora tudo que precisa é de um bom porre, uma música do Death Cab e uma paquera barata, porque sua vida a isso podia se resumir. Ninguém quer ser feliz, todos queremos apenas por aqui passar e no fim conseguir sobreviver sabendo que a estrada é longa e, no fundo, é seu fardo percorrê-la sozinho.