É estranho se ver dessa forma. Uns meses separam você do que um dia parecia ser o momento de sua vida, o ano da sorte. Ficou difícil saber quando tudo desandou. Uma noite tudo estava bem, havia os amigos, havia o príncipe encantado imaginário, havia um ótimo emprego, ouso até dizer que havia a felicidade.
Mas a partir de maio tudo desandou. O sorriso foi sumindo, a promessa de amor eterno se revelou internamente como uma utopia unilateral e até de mim o que mais apreciava foi roubado, minha saúde, e com ela parte da minha alegria em viver.
Ainda me questiono o porquê de ter chegado até esse ponto. Uma conversa em julho com certeza poderia ter mudado tudo. Sei bem que conversa foi essa. De um lado via um garoto inseguro, dessa vez não era eu. Eu sabia justamente o que queria, um jantar, uma chance, um sim. Do outro lado se sabia parcialmente o que se queria, mas diante da dúvida e da insegurança não tive coragem de arriscar.