domingo, 18 de janeiro de 2009
Eu já vi tudo.
Mais um dia, mais uma hora, parece que o tic tac do relógio ficou mais alto desde a última semana. Não enxergo mais, contudo eu já vi tudo. Vi o pôr-do-sol, vi a chuva chegar numa tarde de verão e molhar a grama, vi o vento brincar com meus cabelos, vi cachorros rolando na praia. Vi minha vida passar, agora não vejo mais nada, não preciso ver mais nada, eu já vi tudo. A cegueira não é a morte, nem o começo do fim, a andar pelos trilhos da linha férrea aprendo que foi apenas o fim do começo, ainda posso sentir o sol aquecer meu rosto, posso sentir o vento brincar com meus cabelos, posso sentir o cheiro da grama molhada, posso escutar os cachorros latirem, posso viver, não quero morrer.
Literando.
Amar-te e odiar-te é a beleza da antítese que ronda meus pensamentos mais profundos, por mais que brinque de pleonasmos a dizer que te amo e te odeio das mais variadas formas, sempre continou a achar que não passa de eufemismo a forma que me expresso. Na síntese das palavras busco a essência do sentimento, de meus abismos literários retiro as mais puras declarações, meu sorriso amarelo exibe sua brancura em sinceridade ao ver a tinta tocar o papel e brincar de ser poeta, de ser escritor, brincar de ser amante e dizer para todo mundo o quanto amo-te e odeio-te, minha sina pleonástica, e neologística, persiste.
domingo, 11 de janeiro de 2009
Guarde para a noite seguinte.
Com os olhos fixos na janela, pego-me sentado novamente brincando contigo, Lua, provocas-me o tempo todo ao se despir toda nua, e logo em frente a mim, que não resisto nem a uma chuva. Outra vez mentes para mim, queres bancar o Sol, já não basta roubar um pouco de sua luz, desejas que traia o Sol contigo mesmo. Por um breve momento me senti tentado, mas lembrei que posso ouvir estrelas, apesar de não estar apaixonado converso com elas até quando estou deitado. Lua vadia que todos só notam sua inocência, todos querem estar ao luar e sentir a luz brincar de se esconder nas nuvens com seus olhos, tolos não percebem a falsidade que paira no ar. Invades o espaço do Sol durante o dia, roubas sua luz durante a noite e por pouco não te mantens firme até o outro dia. Conheço tua fama, escondes metade de tua face de mim, mas nada do que estais a esconder seria novidade, sei de tudo, só peço que guardes o que tens para a noite seguinte, vadia Lua.
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