Da
história já se conhecia o fim, seja feliz ou triste ainda surpresa não era. No
primeiro dia havia visto um menino, ainda menino, de cabelos loiros que cobriam
seus olhos. Ficou lá sentado e o viu dar voltas a correr pelo pátio.
"Mas
que vivacidade" pensou "enquanto cá estou sentado e mesmo pensamentos
lutam para não se esvair de mim". Para apenas um garoto, um pensamento
assaz complexo, gramaticalmente e tudo o mais.
Ainda
corria e enquanto o fazia, seus cabelos, que saltavam diante de si, abriam as
portas para a visão mais bela que já tinha até então visto, ao menos pensou o
menino que aos 11 anos acreditava já ter visto tudo. Quão inocente pode ser uma
mente jovial, eu me pergunto. Num instante de um segundo, ao menos fora o
sentimento de nosso pequeno herói, o loiro menino fixou os olhos em si e apesar
de tudo já ter visto, nem tudo havia vivido. Naquele momento suas mãos ficaram
geladas, pensara que seu coração havia parado de bater. Teria dito que sofria
um ataque cardíaco, porém isso também já vira. Logo perguntou-se o que poderia
ser. Do olhar foi se construindo um sorriso, não em si, pois não sabia o que
fazer, nunca havia vivido algo do tipo, mas no loiro menino. Enquanto
vagarosamente seus olhos esperavam o ápice de tal obra, seus pensamentos
disparavam com pressa, uma urgência incontrolável. Era um tal de devo sorrir,
devo olhar, devo falar, meu braço está dormente, devo me levantar. Como tantas
perguntas iam e viam em espaço tão curto de um segundo nunca soube dizer.
E lá
estava, finalmente após um milhão de segundos, assim pensava Malo, o tão
esperado sorriso. Virou-se para ter certeza se era consigo, ou alguém sentado
logo atrás dele, pois bem já tinha visto tudo, e em tudo se incluía filmes. Não
queria parecer patético logo no primeiro dia de escola. Virou-se uma vez,
virou-se duas vezes e na terceira deu-se por convencido. Decidiu, então, que
iria sorrir de volta. Mas não foi para sua surpresa que quando voltou seus
olhos em direção ao loiro menino, cá não estava mais.
"Típico",
pensou.